***O capitalismo e o cristianismo, as vezes ajuda, as vezes atrapalha***
O capitalismo é um sistema que surge da escassez. Todos nós iludimo-nos pela falta de Deus que os recursos nesses mundo não é para todos.
A história da humanidade demonstra isso e Karl Marx, no seus livro o "Capital" é relevante pois observa esse conflito de escassez que há no mundo.
Capital vem do verbo captar, ou acumular. Em época de vacas magras, precisamos acumular (captar) recursos. É dessa ideia que vem capitalismo, ou um sistema econômico de acumular recursos.
A questão é como devemos acumular recursos? Com uma certa liberdade, ou por imposição, no caso de impostos?
Vamos entender esses sistema:
🏛️ Capitalismo é um sistema econômico e social em que os meios de produção, como fábricas, terras e empresas, são de propriedade privada. A ideia central é que as decisões econômicas — como o que produzir, como produzir e para quem — são guiadas principalmente pelo mercado e pela busca de lucro.
💰 Características principais:
- Propriedade privada: Os indivíduos e empresas possuem bens e capital, e não o governo.
- Livre mercado: Os preços e a produção são determinados pela oferta e demanda.
- Concorrência: Empresas disputam consumidores, o que estimula inovação e eficiência.
- Lucro como motivador: Empreendedores buscam investir e produzir com a expectativa de retorno financeiro.
- Trabalho assalariado: A maioria das pessoas vende sua força de trabalho em troca de salário.
📚 Curiosidade histórica:
O capitalismo começou a se consolidar após o feudalismo, especialmente com o surgimento do comércio global e a Revolução Industrial. Ele tomou formas diferentes ao redor do mundo — desde modelos mais liberais (como nos EUA) até modelos mistos com forte participação do Estado (como alguns países europeus).
O Livre mercado é algo que vai contra as bases do cristianismo. Essa ideia de acumular Capital, é altamente criticada por Jesus Cristo. Que já começa, com o sermão do monte no Evangelho de Mateus:
Mateus 6:19-21 NVI
― Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois, onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu coração.
Essa ideia de captar recursos (Propriedade) por causa da escassez, demonstra que somos pessoas que temos uma pequena fé, que não confiamos em Deus.
Mateus 6:25, 28 NVI
― Por isso, digo a vocês que não se preocupem com a própria vida, quanto ao que comer ou beber; nem com o corpo, quanto ao que vestir. A vida não é mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa?
― Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem.
Isso vai contra o capitalismo em essência. Não que o acúmulo de riqueza o lucro seja ruim, mas qual o objetivo do acúmulo? Os gananciosos, e acumuladores de recursos caem em diversos armadilhas. A ganância e a avareza é um pecado que te afasta do Criador. Muitos sonham em ficar ricos. Não por ser uma benção de Deus, mas pelo medo de não ter recursos.
Max Weber, em sua obra "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", defende uma ideia fascinante: ele argumenta que certas crenças do protestantismo — especialmente o calvinismo — desempenharam um papel decisivo no surgimento do capitalismo moderno na Europa.
🧠 A lógica de Weber
- Ascetismo secular: Weber observou que protestantes, especialmente calvinistas, valorizavam o trabalho árduo, a disciplina e a frugalidade como expressão de fé. Esse comportamento incentivava o acúmulo de capital.
- Vocação como missão divina: Ao invés de ver o trabalho apenas como meio de sobrevivência, os protestantes passaram a encará-lo como um chamado espiritual. Isso gerou uma ética de esforço contínuo.
- Predestinação e “sinais de salvação”: Como não podiam saber se estavam salvos, muitos calvinistas viam o sucesso econômico como um possível sinal da graça divina, o que estimulava o empreendedorismo e a busca por resultados.
💼 Como isso impactou o capitalismo?
Segundo Weber, essa mentalidade criou uma cultura propícia ao desenvolvimento do capitalismo racional: investimento, planejamento, trabalho sistemático e busca de eficiência. Isso não quer dizer que o capitalismo foi “criado” pelo protestantismo, mas que ele encontrou terreno fértil em sociedades com essa ética.
O capitalismo incentiva o consumo de várias maneiras, principalmente porque ele depende disso para manter o ciclo econômico girando. Aqui vão os principais mecanismos:
📈 1. Produção em massa e inovação constante
- Empresas buscam produzir bens em larga escala para reduzir custos e aumentar lucros.
- Para se destacar, elas lançam novidades frequentes, o que estimula o desejo de compra.
📺 2. Publicidade e marketing
- Anúncios não apenas informam, mas criam desejos.
- As marcas associam produtos a estilos de vida, status ou emoções — como felicidade, sucesso ou pertencimento.
💳 3. Crédito e financiamento
- Facilita o acesso imediato aos bens, mesmo sem dinheiro disponível.
- A ideia de "compre agora, pague depois" reforça o consumo impulsivo.
🔄 4. Obsolescência programada
- Alguns produtos são feitos para durarem pouco ou saírem de moda rápido.
- Isso obriga os consumidores a comprar de novo — pense em celulares, roupas ou eletrônicos.
🏷️ 5. Cultura do consumo
- O capitalismo cria uma mentalidade de que consumir é uma forma de identidade ou realização pessoal.
- O "ter" passa a ser mais valorizado do que o "ser".
Curioso, né? O consumo virou quase um estilo de vida — mas isso também levanta questões sobre sustentabilidade e desigualdade.
Esse ciclo de consumo desacerbado criado pelo capitalismo é também outra coisa não compatível ao cristianismo. Esse sistema gera tentações incrível que impede o verdadeiro fiel de se aproximar de Deus.
A única coisa, na verdade, que o capitalismo é positivo para o cristianismo é a liberdade. Quando temos liberdade para exercer nossa fé, temos a possibilidade de resignificar as ações. O acúmulo de recursos, é para ter tesouro no Céus, para glória e honra a Deus. Não por medo, de não ter recursos no futuro.
O cristianismo não exalta o capitalismo como parece que alguma linhas cristã encentivam. O que exaltamos é a liberdade de poder pregar o evangelho. O protestantismo organizou é criou riquezas na Europa, pois foi encontrado liberdade de ação no sistema econômico.
Os cristãos só quer liberdade. Mas isso quer dizer que os cristãos não vão criticar o abusos das elites, dono dos meios de producão que acumula recursos de forma a deixar toda a sociedade em escassez?
Tiago 5: 1-6.
O cristianismo prega a solidariedade, a liberdade e fraternidade, mas com Deus. Seja comunismo ou capitalismo, será criticado ou resignificado pelo cristianismo. Sem Deus, sem a ação divina, nada pode dar certo. Mas, ninguém é obrigado a creditar em Deus. Estamos aí para isso, para convencer que Deus. está no controle de tudo. Não nos tire a liberdade, pois haverá sim, crítica ao sistema.
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