Desconstruir, para construir narrativas.
Para que possamos construir uma narrativa que seja engajada por todos, precisamos desconstruir as narrativas que já existem.
Assim, o presidente Lula disse ao presidente Maduro. Deveria trabalhar uma narrativa, porque a narrativa que se fala da Venezuela é muito ruim.
Não se importam mais com as pessoas que estão saindo da Venezuela, na busca de emprego e condições melhores de vida e sim com a causa socialista que a Venezuela representa.
Não se preocupa mais com quantas pessoas foram mortas em uma guerra. Mas porque a guerra é importante para a causa que se defende.
Não se preocupam com quantos abortos serão feitos e quantas vidas vão deixar de existir, mas com a causa do empoderamento das mulheres.
Não se preocupa mais com a quantidade de vidas destruídas pelas drogas, E sim com a causa de sermos livres para fazer o que quisermos.
A sociedade contemporânea se tornou a sociedade das narrativas. Não é o fato, a realidade, a verdade que importa, é sim o melhor discurso, a melhor narrativa.
O argumento ficou para o segundo plano. A lógica racional é um mero acaso. Aliás, dá trabalho entender o argumento, a checagem das provas, a checagem das fontes. É mais fácil acreditar em uma narrativa, ainda mais quando essa narrativa vem do líder carismático do grupo.
A bíblia nos dá o exemplo dos Bereanos:
Atos 17:10-11 ARA
E logo, durante a noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Bereia; ali chegados, dirigiram-se à sinagoga dos judeus. Ora, estes de Bereia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram de fato assim.
Os Bereano não foram acreditando de cara na narrativas do grande apóstolo Paulo, antes examinaram as fontes. Não há nada de errado na checagem dos fatos. Não é falta de fé, é nobreza de princípios, como diz o próprio Paulo.
Me diga agora: quem é você? Uma bereano checador de fatos, ou um consumidor de narrativas?
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